Novas fronteiras no registro fossilífero da Amazônia Sul-ocidental

A diversidade de fósseis da região sul-ocidental amazônica é conhecida há mais de um século e meio, e inclui sítios fossilíferos bem consolidados ao longo de barrancos e margens dos principais rios da região, sobretudo no Estado do Acre. Contudo, diversas áreas seguem inexploradas, com indicações prévias de que poderiam possuir um enorme potencial para o registro paleontológico, com o qual se conheceria mais detalhadamente a fauna pré-histórica da região durante a Época geológica do Mioceno (de 23 a 5 milhões de anos atrás). Esta época é conhecida pela rica fauna aquática e terrestre, além de ser o berço de diversas linhagens amazônicas, de forma que conhecer melhor este intervalo geológico nos dá oportunidade de entender como se formou a biodiversidade na Amazônia. Ainda, grandes mudanças ambientais no final do Mioceno relacionadas ao soerguimento andino, mudanças climáticas e formação da atual bacia hidrográfica do Amazonas, causaram extinções e a emergência de novos ambientes. Assim, o tempo e a dinâmica desses processos precisam ainda ser mais bem compreendidos pela ciência. O objetivo da atual proposta é realizar expedições a rios menos explorados e conhecidos, em localidades mais remotas, para prospecção e coleta sistemáticas de fósseis, bem como descrição de afloramentos rochosos e coleta de amostras para datações geocronológicas por meio de métodos absolutos e bioestratigráficos. Os resultados obtidos serão analisados quanto à identidade taxonômica de cada fóssil coletado, geoquímica isotópica para estudos de paleodieta e paleoambientes, além de escaneamento 3D para gerar um banco de dados virtual aberto para fins de pesquisa e divulgação científica. A proposta pretende também vincular moradores locais (ribeirinhos e povos originários) que detém conhecimento de localidades fossilíferas e têm atuado como fontes, dando a eles e suas comunidades reconhecimento além de treinamento sobre preservação do patrimônio paleontológico regional.

PESQUISADORES RESPONSÁVEIS 

FAPAC: Carlos D’Apolito Júnior - Universidade Federal do Acre (UFAC)

FAPESP: Annie Schmaltz Hsiou - Universidade de São Paulo (USP)

ABRANGÊNCIA TERRITORIAL

Amazônia Sul-ocidental

ÁREAS DO CONHECIMENTO RELACIONADAS 

Ciências Exatas e da Terra Paleontologia Estratigráfica Paleozoologia Paleobotânica

RECURSOS INVESTIDOS

R$ 1.061.178,40