Amazônia+10 impulsiona ciência e inovação na Amazônia e apresenta resultados na COP30
- comunicacaoconfap
- 12 de nov.
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Aliança de agências de fomento à pesquisa e inovação criada pelo CONFAP mobiliza 35 parceiros financiadores em dez países

Aliança de agências de fomento à pesquisa e inovação criada pelo CONFAP mobiliza 35 parceiros financiadores em dez países, comunidades tradicionais e mais de 2.000 pesquisadores para projetar um novo modelo de desenvolvimento sustentável na região.
Com o início da COP30, os olhos do mundo se voltam para Belém (PA) e a Iniciativa Amazônia+10 se consolida como um importante instrumento de cooperação científica interestadual e internacional.
Mais do que um programa de fomento, trata-se de uma articulação inédita entre 35 Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs), órgãos federais de fomento e instituições internacionais, que vem consolidando o papel da ciência como ferramenta central para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Na COP30, a Iniciativa levará esse legado a uma nova escala, com uma programação ampla e diversificada, marcada pela presença de pesquisadores, lideranças indígenas, ribeirinhas, quilombolas e instituições internacionais em debates sobre sociobioeconomia, justiça climática, sociobiodiversidade, saúde e políticas públicas.
Entre 10 e 20 de novembro, a Amazônia+10 participará de painéis, apresentações de projetos e encontros temáticos em espaços estratégicos nas Zonas Verde e Azul, bem como em espaços diversos de Belém, como a Estação Amazônia Sempre, espaço do BID no Museu Paraense Emílio Goeldi.
A agenda inclui painéis com parceiros internacionais, como “Amazon+10 and NCM: Bridging Knowledges” (no Pavilhão da Finlândia), “Bridging Knowledges for Science with Impact in the Amazon – Nordic-Brazilian Dialogue Beyond COP30” (no Pavilhão Nórdico), e debates sobre sociobioeconomia e sociobiodiversidade, nos espaços Free Zone e Casa da Sociobio.
Além disso, a iniciativa organiza o Painel Amazônia+10: Ciência Colaborativa com Protagonismo Amazônida (20/11, Pavilhão UFPA – Zona Azul), com a participação de pesquisadores e lideranças locais que representam os projetos apoiados pelo programa, e o Painel de Reflexões Finais e Perspectivas Estratégicas da Iniciativa Amazônia+10 (20/11, Museu Emílio Goeldi), momento que encerrará a participação da rede na COP30 com um balanço sobre os avanços e desafios da cooperação científica amazônica. Representantes de diversas FAPs que compõem a Iniciativa também participarão como painelistas convidados em discussões estratégicas.
Ao longo da Conferência, também serão apresentados resultados do Monitoramento Amazônia+10, que mostram o impacto territorial e inclusivo das ações apoiadas. Em apenas dois anos, a Iniciativa mobilizou R$ 162 milhões, apoiou mais de 60 projetos e conectou mais de 2000 mil pesquisadores de 171 instituições, em todos os estados da Amazônia Legal e em sete países.
Os dados de monitoramento destacam que 57% dos pesquisadores são mulheres, 51,5% se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas, e 80% dos projetos envolvem diretamente participantes não-acadêmicos, como comunidades, agentes públicos e empreendedores, alcançando mais de 8.700 pessoas. Esses indicadores reforçam a construção de uma ciência amazônica inclusiva, descentralizada e orientada à transformação social.
Entre os resultados de destaque, estão projetos que influenciam políticas públicas e cadeias produtivas sustentáveis, como o estudo sobre os botos do Araguaia, que orienta ações de turismo e vigilância ambiental; o BioTech Quilombo, projeto que reúne cientistas e comunidades quilombolas para combinar saberes tradicionais e tecnologia de ponta no monitoramento da biodiversidade; a Rede Pampa, que mapeia o papel do desmatamento e mudanças climáticas na ascensão de novos vetores de doenças como a Febre Oropuche; e a Cesta de Bens e Serviços Territoriais, que fortalece cadeias produtivas quilombolas e insere alimentos da sociobiodiversidade na merenda escolar.
Para Rafael Andery, secretário-executivo da Iniciativa, a Amazônia+10 é um movimento coletivo pela ciência amazônica. “Mostramos que é possível produzir conhecimento de excelência com base na cooperação, na diversidade e na valorização dos saberes locais”.
Ao apresentar seus resultados na COP30, a Iniciativa Amazônia+10 reafirma o papel do Brasil como liderança global em ciência para o clima, demonstrando que a Amazônia não é apenas um bioma a ser protegido, mas um território de inovação, conhecimento e protagonismo.





