Chamada Expedições
Projeto 7
Brasil-UKRI: A recuperação da capacidade adaptativa das culturas arbóreas pré-colombianas às mudanças ambientais
Resumo
Múltiplas estratégias de restauração florestal em grande escala estão surgindo globalmente para combater a degradação dos ecossistemas e a perda de biodiversidade. No entanto, estas estratégias muitas vezes permanecem insuficientes para compensar a perda causada pelo desenvolvimento antropogênico. Pelo menos duas razões poderiam explicar esse desempenho incompleto: i) ignoramos como a perturbação humana afeta a variabilidade genética das espécies e o seu potencial para evoluir e se adaptar às mudanças globais em curso; ii) há uma grande lacuna no conhecimento sobre a dinâmica do ecossistema a longo prazo (100 anos) após o término da perturbação humana. Neste projeto, propomos investigar a adaptação potencial da castanheira do Brasil e de outras espécies amazônicas associadas as áreas dos castanhais, após o término da perturbação antrópica. Nós coletaremos amostras vegetais de tecido folhas, câmbio, raízes e de solos em sítios arqueológicos pré-colombianos, atualmente conhecidos como Terra Preta Amazônica (TPA), onde descendentes de antigas castanheiras brasileiras crescem até hoje. A partir de sítios de TPA selecionados, sequencialmente abandonados e que nunca foram reocupados, construiremos uma cronossequência de 2.000 anos. Essa cronossequência nos permitirá entender como as castanheiras e as espécies amazônicas associadas recuperaram o seu potencial adaptativo ao longo do tempo, após serem liberadas da domesticação, quando os povos pré-colombianos entraram em colapso por volta do século XV. Nossa equipe explorará as variações em todo o genoma da castanheira, bem como do seu microbioma do solo associado, ao longo da cronossequência. Os resultados permitirão encontrar genomas com maior variabilidade genética e, portanto, maior potencial adaptativo. Indivíduos com maior potencial adaptativo poderão ser usados na restauração de florestas tropicais, aumentando a resiliência e a resistência das florestas às mudanças globais.
PESQUISADORES RESPONSÁVEIS
FAPEAM: Santiago Linorio Ferreyra Ramos - Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
FAPERO: Carlos Augusto Zimpel Neto - Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
FAPESP: Maria Imaculada Zucchi - Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, APTA Piracicaba
UKRI: David Moreno Mateos - University of Oxford, Oxford, Reino Unido
ABRANGÊNCIA TERRITORIAL
Amazônia Legal
ÁREAS DO CONHECIMENTO RELACIONADAS
Ciências Agrárias Melhoramento Vegetal Conservação da Natureza Recuperação de Áreas Degradadas
RECURSOS INVESTIDOS
R$ 6.739.338,73