Vozes da Amazônia indígena: Processos históricos da sociobiodiversidade frente aos desafios do Antropoceno

Propõe-se estudar a biodiversidade amazônica e suas interações com povos originários, na longa duração, em três regiões caraterizadas por sistemas socioculturais complexos: a Terra Indígena do Xingu (MT), Terra Indígena Alto Rio Negro (AM) e a Terra Indígena Kayapó (PA). Esses territórios se destacam por elevada biodiversidade, configurações étnicas, históricas e socioambientais complexas e variadas, com conhecimentos etnobiológicos específicos em cada região. Aliamos pesquisas em ciências humanas e biológicas e conhecimentos indígenas para aumentar a eficiência da produção de conhecimento na Amazônia, documentando a biodiversidade e sua relação com conhecimentos e práticas socioculturais de povos indígenas do presente e do passado, por meio de: 1) inventários biológicos de áreas geográficas pouco conhecidas para a ciência; 2) caracterização de paisagens amostradas com mapeamentos participativos e sensoriamento remoto; 3) compartilhamento de saberes sobre a biodiversidade com povos indígenas; 4) registro de mudanças antropogênicas na vegetação, fauna e solos na longa duração; e 5) produção colaborativa de documentação etnográfica, linguística e sociocultural. A abordagem possibilitará uma análise em larga escala dessa diversidade biológica e sociocultural, mitigando lacunas taxonômicas em regiões bem preservadas, mas pouco amostradas da Amazônia Legal, com estudos multifacetários (descrições de espécies novas, revisões taxonômicas, análises filogenéticas morfológicas e moleculares, modelagem de distribuição e riqueza de espécies), e integrados com conhecimentos milenares indígenas, incluindo seu papel na domesticação de plantas e paisagens e o desenvolvimento milenar de tecnologias de manejo ambiental. A proposta proverá elementos para o enfrentamento dos desafios socioambientais do Antropoceno, atendendo a uma emergência atual: crise socioambiental e mudanças climáticas comprometem florestas, recursos e a continuidade dos modos de vida dos povos originários.

PESQUISADORES RESPONSÁVEIS

FAPESPA: Helena Pinto Lima - Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)

FAPEAM: Filippo Stampanoni Basi - Museu da Amazônia (MUSA)

FAPESP: Jennifer Watling - Universidade de São Paulo (USP)

FAPERJ: Bruna Franchetto - Museu Nacional / Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN/UFRJ)

FAPDF: Thiago Chacón - Universidade de Brasília (UnB)

UKRI: Manuel Arroyo-Kalin - University College London (UCL)

ABRANGÊNCIA TERRITORIAL

Terra Indígena do Xingu (MT), Terra Indígena Alto Rio Negro (AM) e a Terra Indígena Kayapó (PA)

ÁREAS DO CONHECIMENTO RELACIONADAS

Ciências Ambientais Ecologia de Ecossistemas Teoria e Análise Linguística Taxonomia dos Grupos Recentes Botânica Aplicada Divulgação Científica Teoria e Método em Arqueologia Etnologia Indígena Linguística Histórica Taxonomia Vegetal Museologia

RECURSOS INVESTIDOS

R$ 10.543.544,32