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Iniciativa Amazônia +10 e FAPEAM vão realizar workshop sobre a Chamada Expedições Científicas em Manaus



A Iniciativa Amazônia +10, o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo a Pesquisas (Confap), o Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti), e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) vão realizar em Manaus, no dia 21 de março de 2024, um workshop sobre a Chamada de Expedições Científicas, lançada em conjunto com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O evento é destinado a pesquisadores interessados em concorrer ao edital e será realizado das 9h às 18h, horário de Manaus (10h às 19h, horário de Brasília), no Hotel Tryp Manaus, Zona Oeste, com transmissão ao vivo no canal da FAPEAM no YouTube. 


O objetivo do workshop é esclarecer dúvidas sobre o edital, cujas inscrições encerram no dia 29 de abril, além de abordar os principais assuntos da chamada. Durante o encontro, haverá momentos de interação entre os pesquisadores brasileiros e estrangeiros para a formação de parcerias e discussão de propostas.


O evento conta com o apoio do XPRIZE Rainforest - Florestas Tropicais, uma premiação internacional realizada pelo XPRIZE e financiado pelo Alana, valendo US$10 milhões, que tem como objetivo acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias de mapeamento da biodiversidade de florestas tropicais, cuja final acontece este ano na floresta amazônica do Brasil. 


Na oportunidade, também serão realizadas quatro sessões científicas: a primeira apresentará as melhores práticas em expedições científicas, evidenciando a participação de instituições renomadas da região, como Museu Paraense Emílio Goeldi (Goeldi) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); a segunda, a participação e protagonismo indígenas e de comunidades tradicionais na pesquisa, destacando o papel dos pesquisadores PIQCT (Povos indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais) na produção de conhecimento; a terceira, Diretrizes Éticas e regulatórias para a realização de expedições científicas; e a quarta, uma discussão sobre tecnologias emergentes em biodiversidade e integração de dados.



Sobre a chamada Expedições Científicas

A Chamada Expedições Científicas foi lançada em 16/11 pela Iniciativa Amazônia+10 e CNPq com o objetivo de financiar pesquisas voltadas à expansão do conhecimento científico da sociobiodiversidade sobre áreas pouco conhecidas da maior floresta tropical do mundo. 


Quatro agências estrangeiras também integram o edital: o British Council e o UK Research and Innovation (UKRI), ambas do Reino Unido, a Swiss National Science Foundation (SNSF), da Suíça, e o Centro Universitário da Baviera para América Latina (BAYLAT), da Alemanha. 


O edital tem um fundo total de aproximadamente R$ 95 milhões em recursos, sendo R$ 30 milhões disponibilizados pelo CNPq, R$ 29,2 milhões pelas 19 Fundações de Amparo à Pesquisa estaduais envolvidas no edital, além dos aportes estrangeiros de 30 mil euros do BAYLAT, 5 milhões de libras esterlinas (sendo £ 4 milhões aportados pelo UKRI e £ 1 milhão pelo British Council) e 1 milhão de francos suíços da SNSF.


As propostas devem ser voltadas para expedições científicas multidisciplinares na região da Amazônia por um período de até 36 meses e o valor mínimo de cada projeto contemplado será de R$ 400 mil – não havendo limite máximo.

  

"As expedições podem trazer materiais super importantes em relação à sociobiodiversidade regional. E isso faz com que nossos conhecimentos sejam ampliados e muitos deles servirão de base para novas pesquisas ou para contribuição na solução de problemas que nós identificamos no nosso dia a dia", disse Márcia Perales, diretora-presidente da FAPEAM.


Embora a Amazônia seja uma das maiores e mais intactas florestas do mundo, ela é também uma das menos conhecidas em termos biológicos. Seu tamanho imenso, sua diversidade e seus acessos limitados fazem com que a tarefa de documentar sua biodiversidade seja extremamente desafiadora. 


O edital tenta justamente preencher duas lacunas, uma geográfica e outra taxonômica, como explicou Carlos Américo Pacheco, Diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). "Nós sabemos que as as áreas que têm forte conhecimento sobre biodiversidade da Amazônia são as de mais fácil acesso, em geral nas rotas dos rios. Mas 40% do território amazônico tem um grande desconhecimento sobre qual é a biodiversidade existente lá." 


É o que mostra o artigo publicado em julho de 2023 na Current Biology, pelo projeto Synergize, que aponta que grande parte das áreas da Amazônia estão sendo negligenciadas por pesquisas em ecologia. 


"A outra lacuna é sobre a taxonomia da região", completou Carlos Américo Pacheco. "Alguns tipos de espécie têm uma uma cobertura muito pequena no que diz respeito ao conhecimento da biodiversidade – os casos mais graves são fungos e bactérias. Em relação às bactérias, por exemplo, as implicações são grandes não apenas sobre o uso econômico delas, mas sobretudo quando se fala em saúde pública." A intenção é que a chamada ajude a superar esses gaps.


O edital também irá apoiar expedições voltadas a ampliar o conhecimento da diversidade sociocultural dos povos tradicionais da Amazônia. Serão financiadas pesquisas, por exemplo, sobre o patrimônio material e imaterial de povos ancestrais, indígenas e tradicionais, documentação de línguas indígenas e sistemas de conhecimento associados, além da relação entre dinâmicas territoriais de povos tradicionais com o uso sustentável dos recursos naturais da floresta.


Para Marcel do Nascimento Botelho, diretor-presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA), editais como este são fundamentais. "São conhecimentos basilares que precisam ser adquiridos pela comunidade científica para se transformarem em outros produtos, como o uso da biodiversidade, a preservação da cultura, a valorização do conhecimento tradicional. Sem as expedições científicas, não teremos a base para fazer isso com competência e com a qualidade necessária." 


Segundo Allan Kardec, Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Mato Grosso, a construção conjunta das ações da Iniciativa faz toda a diferença no resultado final. "Nós tivemos a oportunidade de acompanhar a preparação dessa chamada, de fazer o debate, de colocar a nossa opinião e trazer nossa equipe técnica para entender o edital. Pudemos dar o nosso olhar e colocar a semente do regionalismo. Estamos muito felizes com a proposta."



"A Amazônia diz respeito a todo país e ao mundo", diz Odir Dellagostin, presidente do CONFAP. "Pesquisadores de outras partes do Brasil também têm interesse em contribuir com os desafios da região. Isso fortalece a Iniciativa Amazônia+10 e estamos muito contentes que, no momento, nós temos 25 das 27 FAPs envolvidas no programa."


Uma das diretrizes do edital é que o material coletado nas expedições científicas seja  catalogado e tombado em instituições amazônicas, como forma de preservação desse patrimônio. A divulgação do resultado final das propostas contempladas acontecerá em agosto de 2024.


Sobre a Iniciativa Amazônia+10

A Iniciativa Amazônia+10 é um projeto do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP), do Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (CONSECTI) e tem a parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A iniciativa tem como objetivo apoiar a pesquisa e a inovação tecnológica na Amazônia Legal, promovendo a interação natureza-sociedade e o desenvolvimento sustentável e inclusivo da região.


A iniciativa aspira promover ações convergentes de CT&I que fortaleçam diretrizes, eixos e proposituras do Planejamento Estratégico de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, visando superar obstáculos para o reflorestamento de áreas degradadas, o desenvolvimento de atividades agrícolas de baixa emissão de gases de efeito estufa, a agregação de valor nas cadeias produtivas da bioeconomia, a geração de alimentos, a produção de fármacos, a geração de energia limpa etc., e a garantia de acesso a serviços básicos para as populações que habitam na região. 


Sobre o XPRIZE Rainforest | Florestas TropicaisO XPRIZE Rainforest | Florestas Tropicais é uma competição de cinco anos com premiação de US$10 milhões. O objetivo desta edição é melhorar nossa compreensão dos ecossistemas das florestas tropicais em todo o mundo. Para isso, incentivamos as equipes participantes a criarem inovações ágeis e autônomas, tudo para acelerar o mapeamento da biodiversidade e a obtenção de dados. A intenção do prêmio é fazer com que pesquisadores obtenham insights quase em tempo real sobre as florestas tropicais. Assim, será possível reforçar ações de conservação das florestas de maneira mais imediata, apoiar uma economia para sociobiodiversidade e empoderar povos indígenas e comunidades locais em todo o mundo. Saiba mais em https://www.xprize.org/florestas-tropicais

Sobre o XPRIZE

O XPRIZE é um reconhecido líder global em projetar, lançar e executar competições de grande escala para resolver os maiores desafios da humanidade. Nosso modelo exclusivo democratiza a inovação, incentivando soluções cientificamente viáveis de origem coletiva para criar um futuro mais equitativo e abundante para todos. Doe, saiba mais ou junte-se a uma equipe em xprize.org.


Sobre o Alana

O Alana é um grupo de impacto socioambiental que promove e inspira um mundo melhor para as crianças. Um mundo sust

vo, igualitário e plural. Um mundo que celebra e protege a democracia, a justiça social, os direitos humanos e das crianças com prioridade absoluta. Um mundo que cuida dos seus povos, de suas florestas, dos seus mares, do seu ar. Saiba mais em https://alana.org.br/

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